Um encontro de conhecimentos e
experiências aconteceu nos dias 13 e 14 de dezembro na Universidade Federal de
Pernambuco. Universidade e Sociedade em Diálogo é o encontro promovido
anualmente pela Pró-Reitoria de Extensão, para exposição e troca de saberes
extensionistas. Sediado no Centro de Ciências Biológicas, o evento teve como
tema “Equidade, Diversidade e Políticas Afirmativas”, propondo a discussão
sobre a integração da academia com a sociedade para a produção da cultura.
O dia de abertura (13/12) contou
com o auditório lotado para a conferência “Equidade, Diversidade e Políticas
Afirmativas”, do antropólogo e professor da UnB, José Jorge de Carvalho. A mesa
da cerimônia foi composta pelo reitor Anísio Brasileiro, o pró-reitor de
Extensão, Edilson Fernandes, a diretora do CCB, Maria Eduarda Larrazábal, o
coordenador do NEAB (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros), professor José Bento,
e o professor José Jorge.
A conferência do professor José
Jorge teve foco na política afirmativa de cotas raciais. Tomando como base as
cotas disponibilizadas pela Universidade de Brasília, das quais é o idealizador,
o conferencista fez duras críticas ao Projeto de Lei nº 12.711/2012, a Lei de
Cotas, recentemente aprovado pelo Governo Federal e já posto em prática.
Segundo o antropólogo, em
comparação ao proveitoso modelo de cotas indiano, as cotas brasileiras estão
defasadas e indevidamente confinadas à graduação. “A universidade brasileira
tem de assumir sua culpa no processo que segregou a sociedade e a partir daí
buscar reintegrar as minorias marginalizadas pela segregação dentro da
Academia”, alega José Jorge.
Numa previsão alarmante, o
palestrante receia uma nova segregação provocada pela Lei de Cotas, em que
estudantes negros migrariam para as escolas públicas e os estudantes brancos e
ricos ficariam estritamente em instituições privadas. “Nós (UnB) consideramos
essa lei como um retrocesso ao que desenvolvíamos lá, pois damos prioridade à
cota racial como motor da transformação social”, declara. O dia 13 se encerrou com um breve debate, onde
militantes da causa étnico-racial puderam discutir sobre a situação de
Pernambuco no contexto nacional de políticas afirmativas.
Já na sexta-feira (14/12),
aconteceu a exposição dos pôsteres dos projetos de extensão da UFPE que se
inscreveram. A mostra se deu com o objetivo de apresentar os projetos à
comunidade acadêmica e civil, além de premiar os melhores trabalhos.
Apresentaram-se projetos nas áreas de Educação, Direitos Humanos, Comunicação,
Cultura, Meio Ambiente, Saúde, Tecnologia e Trabalho.
“Esse é o momento em que o
coordenador do projeto vem com seu estudante e apresenta o projeto para um
público mais amplo, inclusive para a própria Academia”, ressalta o pró-reitor
Edilson Fernandes, destacando o evento como a culminância do trabalho realizado
durante o ano pelos extensionistas, mas também pela possibilidade de avaliar
resultados.
O pôster vencedor (1º lugar) foi do
projeto “Música para o coração e a alma na UTI” - Centro Recife, coordenado por
Cláudia Vilela. O trabalho é vinculado ao Programa MAIS (Manifestações Artísticas Integradas à Saúde), coordenado pela professora Lenieé Maia,
realizado no Hospital das Clínicas. Segue abaixo a lista dos trabalhos
premiados:
1º lugar - Música parao coração e a alma na UTI - Centro Recife;
2º lugar - Uso da dramatização para
prevenção ao consumo de álcool, crack e outras drogas - Centro Acadêmico de
Vitória de Santo Antão;
3º lugar - Educação, sexualidade e
subjetividades contemporâneas: uma experiência de formação docente em diálogo
com o cinema - Centro Acadêmico do Agreste;
4º lugar - PIPEX e PIBID: Programas
institucionais de apoio às escolas públicas - Centro Recife;
5º lugar - Homens, gênero e práticas de
saúde: ação extensionista na região de SUAPE - Centro Recife;