Procurando aumentar a qualidade de vida dos pacientes com
doença de Parkinson do Hospital das Clínicas da UFPE, foi criado o
Pró-Parkinson, um projeto de extensão sob coordenação da fisioterapeuta Graça
Coriolano e composto por profissionais de fisioterapia, odontologia,
fonoaudiologia, terapia ocupacional e medicina. O atendimento aos pacientes com
doença de Parkinson já existia no HC e após a criação do projeto foi otimizado,
como explica a coordenadora Graça: "A novidade é que nós incrementamos a
esse serviço atividades de pesquisa e serviços que têm como ênfase o
atendimento, a assistência ao paciente com a doença de Parkinson".
Após o trabalho do Pró-Parkinson, o atendimento aos
pacientes já é referência no estado. Às quartas-feiras, sempre pela manhã, eles
participam de atividades em grupo para reduzir os efeitos causados por essa
doença que afeta apenas 0,3% da população mundial. De acordo com o neurologista
Amdore Asano, a assistência médica é indispensável e ele justifica a existência
do projeto: "Com esse tratamento conjunto o numero de complicações (queda,
pneumonia aspirativa) é bastante reduzido, o que faz melhorar a qualidade de
vida. E a expectativa de vida desses pacientes aumenta muito com todos esses
cuidados".
A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa
mais comum, depois da doença de Alzheimer. Os sintomas motores cardinais
são tremor, rigidez, bradicinesia (lentidão anormal dos movimentos voluntários)
e disfunções posturais. Uma vez apresentando esses sintomas, a pessoa
diagnosticada com a doença pode ter o seu comprometimento mental e emocional
alterados, resultando em isolamento e na diminuição de sua participação na vida
social.
O Parkinson ainda não tem cura mas como lembra o
neurologista Amdore, "a hipertensão arterial e a diabetes também não têm",
e o Pró-Parkinson segue com suas atividades, procurando minimizar os sintomas e
melhorar a qualidade de vida relacionada à saúde.
Ao contrário do que muitos podem pensar, a doença de
Parkinson não acomete apenas os idosos. Nadja Asano, médica do projeto, conta
que por se tratar de uma doença hereditária, jovens também podem apresentar os
sintomas.
A cirurgiã dentista e professora Carla Cabral conta como a
odontologia pode contribuir para os pacientes do Pró-Parkinson: "Promover
a saúde bucal dessas pessoas ajudando elas a ter uma melhor qualidade de vida
diante da limitação da doença". Zélia Seixas, também cirurgiã dentista
lembra que a saúde bucal é importante em todas as fases da vida: "Algumas
bactérias que existem na boca podem ser engolidas, acarretando em transtornos
gastrointestinais levando ao comprometimento da saúde geral do indivíduo".
Desde 2010 o projeto Pró-Parkinson é contemplado com os
editais da UFPE e neste ano de 2012 está recebendo apoio do edital 2012/1 -
UFPE-Proext - Apoio à Divulgação de Atividades Extensionistas.