Durante o VII Fórum de Discussão em Biblioteconomia, realizado no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), entre 3 e 5 de outubro, foi possível conhecer a ideia que surgiu com o objetivo de levar a leitura onde o leitor está.
Do desejo de um grupo de pessoas do município de Simões
Filho, região metropolitana de Salvador, em 2009, uma biblioteca comunitária
foi instalada na cidade, após a cessão de um espaço. Buscando desenvolver
trabalhos voltados para o resgate da cultura do município e valorização das
manifestações artísticas locais essa biblioteca nasceu e concretizou um sonho.
Foram duas semanas de sucesso com leituras, empréstimos, participação
da cidade de Simões Filho. Uma campanha de doação de livros foi feita e chegaram
vários ao lugar, abarrotando as prateleiras do espaço depois que amigos dos
realizadores, colegas do trabalho, da faculdade deram a sua contribuição. Até que
o dono do espaço pediu que ele fosse desocupado.
Então, Augusto Leal, na época, concluindo o curso de design na
Escola de Belas Artes da UFBA, decidiu dar um destino justo a todos os livros doados
e decidiu criar uma biblioteca itinerante. Dessa ideia ele começou a
pesquisar seria qual o meio financeiramente adequado que pudesse andar e
carregar livros. Ele pensou em caminhão, ônibus, animais. E a bicicleta foi a
escolhida, pois Augusto tinha uma e decidiu que ela seria a melhor alternativa:
além de barata “é um objeto lúdico. As crianças geralmente ficam em volta dela e
mostram bastante entusiasmo pelo projeto, pelos livros por conta desse apelo visual
que é a apresentação de uma bicicleta só que de outra forma, para outro fim,
que não é só o de se locomover entre os espaços”. Assim nasceu a bibliocicleta.
O criador da bibliocicleta se mostra bastante entusiasmado e
feliz com o projeto que em 2010 teve a sua importância reconhecida na mostra
Novíssimos da III Bienal Brasileira de Design, em Curitiba. O Colóquio de
Design Social, na Bahia, também prestigiou a criação e convidou Augusto Leal para
palestrar e disseminar esta ideia que dá frutos. Apesar de Augusto contar que
não há um acompanhamento em longo prazo com as pessoas para saber se elas
continuam lendo depois que a bibliocicleta passa o objetivo principal do
projeto é “despertar o interesse naquele momento”. E como muitos livros, gibis,
revistas são doados, a leitura, juntamente com o seu desejo, não é passageira. Ela
permanece nas pessoas e despertam posteriormente.
Apesar de todos os benefícios que a atitude de incentivo à
leitura possa despertar em jovens de uma cidade com presença constante nas
páginas policiais, Augusto conta que não recebe apoio financeiro para tocar a
bibliocicleta. Financeiramente, até hoje, apenas o edital Ponto de Leitura
contribuiu com o projeto e o dinheiro foi responsável pela compra de computador,
projetor e cinco bicicletas. Mas como o forte da bibliocicleta são os livros, são
as doações de amigos e parentes que ajudam na rotatividade dos exemplares
doados. O único pedido que ele faz para quem recebe um é que depois de lido,
ele seja dado para outra pessoa, para fazer circular o conhecimento.
Augusto Leal deseja mudar o município em que vive, e o Brasil
também, através da leitura, e dá a dica “Quem tiver um sonho com essa pegada de
contribuir com o desenvolvimento pessoal das pessoas, com a construção de um
mundo melhor eu digo que acredite em suas ideias, acredite em suas ações,
porque o projeto da bibliocicleta foi um sonho que eu tive com outras pessoas e
que buscamos realizá-lo e hoje o efeito das alegrias, aprendizados, não tem
nada no mundo que pague”.
Mais informações:
Site http://bibliocicleta.com.br/
Facebook https://www.facebook.com/pages/Bibliocicleta/322130921151975
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