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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Relação entre álcool e crack é apontada em pesquisa


O resultado de um estudo detalhando dados dos usuários de crack no Recife foi apresentado no anfiteatro do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) da UFPE, na manhã desta terça-feira (13). Informações como porcentagem por sexo, idade e há quanto tempo consome a droga foram apresentadas pela professora Roberta Uchoa, de Serviço Social e coordenadora do Grupo de Estudo de Álcool e outras Drogas (Gead).

pesquisadora Roberta Uchoa 
Com o título Entre pedras e tiros: perfil dos usuários, estratégias de sobrevivência e impacto social do uso do crack, o levantamento é inédito no estado. A coleta de dados durou seis meses e adotou como base os prontuários de usuários com passagem em Centros de Atenção Psicossocial em Álcool e outras Drogas (CAPs AD) entre julho de 2010 e junho  de 2011. O estudo faz um recorte por sexo e mostra que os homens são maioria entre os pacientes registrados, 78% contra 22% de mulheres.

A professora Roberta Uchoa destaca que não é mito a história de que o álcool serve como porta de entrada para outras drogas, sobretudo o crack: "Embora nosso propósito inicial tenha sido investigar a incidência de consumo do crack, ampliamos nossa abordagem para identificar a ocorrência de outros psicoativos que, na maioria das vezes, surgem como associados na rotina de consumo desses usuários e revelam tendências de comportamento relevantes, como nesse caso, como previsto, apareceu o álcool".

Questões como número de usuários por classe social também foram levantadas. Segundo Roberta Uchoa, bairros de classe média como Boa Viagem, Casa Forte, Espinheiro, Apipucos apresentam uma porcentagem que varia de 2% a 3% entre os pacientes atendidos nos CAPs AD do Recife, seja por causa do álcool ou do crack. Ao contrário dos pacientes de bairros de classes populares como Casa Amarela, Ibura, Nova Descoberta, Santo Amaro cuja porcentagem de pacientes internos varia de 26% para usuários de álcool e 17% para os de crack.

Roberta Uchoa lembra que usuários de classes diferentes não têm o mesmo tratamento quando procuram por ajuda: "Os dados sugerem que os serviços públicos de saúde especializados no tratamento de problemas relacionados às drogas, ainda são pouco referenciados pela classe média recifense". Quando buscam apoio, os usuários da classe média recorrem à rede privada ou a entidades filantrópicas.

Veja as fotos do evento no nosso Tumblr.

Leia mais sobre os dados da pesquisa aqui.

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