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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Evento discute relação entre Escola Aberta e Educação Integral

:: Por Marcus Andrey
Coordenador de Mídias da Fundaj

JABOATÃO DOS GUARARAPES - Gestores de Educação de todo o Brasil
participam, de 20 a 22 de setembro, do seminário "Reunião Técnica: Do
Programa Escola Aberta à dimensão Escola-Comunidade na Educação
Integral", numa promoção do Ministério da Educação que tem a Fundação
Joaquim Nabuco como uma das instituições articuladoras. O encontro,
realizado no Hotel Dorisol, em Piedade - Jaboatão dos Guararapes,
discute os programas "Mais Educação" e "Escola Aberta", carros-chefes
do Plano Nacional de Educação do Governo Federal para promover a
melhoria dos ensinos Básico e Médio até 2020.

A mesa de abertura contou com a participação do presidente da Fundaj,
Prof. Dr. Fernando José Freire, e também de representantes da
Secretaria de Educação de Pernambuco, UFPE, UFRPE e Undime, além de
gestores do próprio Ministério da Educação, como a diretora de
Currículos e Educação Integral da Secretaria de Educação Básica do
Ministério da Educação, profa. Jaqueline Moll, que proferiu a
conferência de abertura.

Fernando José Freire reafirmou o compromisso da Fundação Joaquim
Nabuco com a Educação, citando reportagem recente produzida pela
Revista Algomais que chama a atenção para "O Papel da Nova Fundaj"
através da analise das ações encampadas pela instituição nos últimos
12 meses. "A agenda para a Educação é nossa prioridade atualmente na
Fundaj", pontuou, para em seguida comentar alguns projetos previstos
para 2013 que envolvem a capacitação de professores, como um Mestrado
Profissional em Educação Básica - já aprovado pela Capes - e sete
ações que serão desenvolvidas em parceria com a Unesco, entre as quais
figura um projeto de Educação para Índios.

Freire cobrou envolvimento das escolas junto às comunidades em que
estão inseridas, como receita fundamental para o sucesso de programas
como o Mais Educação e o Escola Aberta.

Jaqueline Moll, do MEC, disse que este é um momento importante "da
grande virada" na Educação do Brasil. "O debate da ampliação do tempo
de aula já estava no Plano Nacional de Educação antigo (2009) e está
na Meta6 do novo PNE, que prevê até 90% das escolas públicas
funcionando em regime integral até 2015", informou. O Ministério da
Educação identificou que um dos grandes entraves para a não-fixação do
conteúdo programático é a chamada 'lição de casa', principalmente nas
mais baixas camadas sociais, onde as crianças não podem ter ajuda de
pais que não tiveram instrução. Além disso, em situações de pobreza
nem sempre há espaço no lar para um momento de estudo, por falta de
estrutura. "A solução para o 'Martírio da Lição de Casa' é a Educação
Integral", disse Jaqueline.

"Para alcançar todos os estudantes da rede pública, precisaremos de
alguns modelos de Escolas-Parque, para as quais convirjam escolas
menores para proporcionar a todos uma infraestrutura grande, com
quadra poliesportiva etc", pontuou Jaqueline.

Assim como o Mais Educação vai caminhando para se consolidar como
política de Educação Integral, o Programa Escola Aberta segue o mesmo
caminho. O Programa Escola Aberta incentiva e apóia a abertura, nos
finais de semana, de unidades escolares públicas localizadas em
territórios de vulnerabilidade social. A estratégia potencializa a
parceira entre escola e comunidade ao ocupar criativamente o espaço
escolar aos sábados e/ou domingos com atividades educativas,
culturais, esportivas, de formação inicial para o trabalho e geração
de renda oferecidas aos estudantes e à população do entorno.

Para viabilizar essas grandes mudanças no processo educacional
brasileiro, o MEC já identificou algumas fragilidades, expostas em
encontros desse tipo para sensibilizar gestores e educadores a adotar
uma postura de total comprometimento: "Queremos uma escola em que as
salas se comuniquem entre si. Nosso grande desafio é o da acolhida
humana. Se a escola não deixar de ser um espaço burocrático e passar
para uma perspectiva maior, toda a nossa missão de educação integral
será em vão, e é isso que queremos evitar", explicou Jaqueline.

Segundo dados oficiais do Ministério da Educação, a evasão escolar no
ensino público foi reduzida de 11,3% para 2,8% na ultima década. A
estrutura do Mais Educação atualmente abarca 32.465 escolas em 4.700
municípios. "Em 2013, nossa meta é estender o programa para 47 mil
escolas, em 5.400 municípios. Queremos chegar a 60 mil escolas com
educação integral em 2014", complementou a conferencista.

"Queremos trabalhar com a injeção direta dos investimentos necessários
nas escolas, sem passar pelas prefeituras. Este ano, os investimentos
no MaisEducação chegam a R$ 1,5 bilhão. Em 2013, devemos atingir R$ 2
bilhões, pois para esses programas não há corte de orçamento",
finalizou.