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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Projeto utiliza a eficiência de plantas medicinais

Em pleno século XXI, com todo o avanço da saúde, o conhecimento sobre plantas medicinais ainda se mostra necessário para aliviar dores e curar doenças. A Profa. Claudia Sampaio de Andrade Lima (CL) foi convidada a colaborar com a expansão do projeto “Promoção da atenção básica à saúde através de protocolos educativos utilizando equipamentos móveis” com a inclusão de informações sobre conhecimentos fitoterápicos. Nesta entrevista, a professora fala um pouco sobre sua carreira, as expectativas para o projeto e os trabalhos que vem desenvolvendo.

*Por Bianca Bion (BB)

BB: Qual a função que você desempenha na universidade?

CL: sou professora da UFPE, no departamento de Biofísica e realizo pesquisas utilizando plantas medicinais.

BB: Qual foi seu primeiro contato com as plantas medicinais?

CL: foi quando terminei meu curso técnico e estava começando a minha graduação. Vim estagiar na universidade, no departamento de Fisiologia e Farmacologia, e a equipe trabalhava justamente com isso (plantas medicinais). Precisavam de um técnico em Química, a minha formação na época, e começamos a trabalhar em um projeto semi de central de medicamentos, foi o primeiro projeto nacional de incentivo à pesquisa com plantas medicinais.

 BB: Por que o valor das plantas medicinais não se perdeu, mesmo após o avanço da tecnologia e da saúde?

CL: A vantagem é que é uma cultura que passa de pai pra filho. Há dados que confirmam o uso das plantas medicinais desde o tempo dos homens das cavernas, da idade da pedra.

BB: Tem algum mal tomar um chá de plantas medicinais sem ter noção do seu efeito ou sem precisar? 

CL: Na verdade, as plantas medicinais são chamadas assim porque tem substâncias produzidas pelas plantas que podem ser utilizadas no tratamento de algumas doenças. Como os medicamentos normais, se a pessoa tiver sensibilidade a algum componente da planta, pode causar uma reação alérgica, uma intoxicação, algo assim. Então, a planta deve ser encarada como um medicamento.

BB: Como você recebeu a ideia do projeto?

CL: Eu achei sensacional. É uma possibilidade de inserção imediata do uso correto das plantas medicinais nas comunidades. Na verdade, é uma responsabilidade da academia orientar as pessoas sobre a maneira certa de usá-las. A gente costuma dizer que toda vez que dialogamos com a comunidade sobre as propriedades das plantas, há uma troca muito grande de conhecimentos, porque é um saber que se propaga através de gerações. Ao mesmo tempo, sabemos que a nossa comunidade tem certa ingenuidade e confunde, às vezes, as plantas. É ai que mora o maior risco. Esse projeto vai garantir que as pessoas tenham acesso à informação correta em curto prazo de tempo.

BB: A senhora está trabalhando em algum projeto no momento?

CL: Alguns. Nós trabalhamos com plantas medicinais da região do Semiárido, procurando novos princípios ativos, anti-infecciosos, antitumorais. E em um projeto recente utilizando plantas no processo da neurogenese (formação de células nervosas após o desenvolvimento completo do ser humano, algo que se acreditava ser impossível).

BB: Quais são as suas expectativas para o projeto?

CL: Já agendamos uma visita para a próxima semana. É muito bom, porque, in locu, vamos verificar o que a comunidade está realmente utilizando, quais são as necessidades da região, os pontos que precisamos fortalecer.

BB: Como é comprovada a eficácia das plantas contra uma doença?

CL: Inicialmente, precisamos comprovar uma associação de atividades. Por exemplo, se uma planta tem uma ação contra um problema de pele, fazemos um teste in vitro contra as bactérias causadoras dessa doença e, depois, avaliação química para avaliar o que a planta produz para combater esse micro-organismo. Depois, realizamos os testes in vivo para dar respaldo científico para o uso popular.

BB: A qualidade do solo interfere no principio ativo das plantas?

CL: Com certeza, isso já é comprovado cientificamente. Um exemplo é que a pitanga de Pernambuco produz sete vezes mais licopeno que a de São Paulo.

BB: A UFPE tem alguma horta de plantas medicinais?

CL: O Centro de Ciências Biológicas (CCB) está construindo, o professor Gilberto, do departamento de zoologia está construindo um horto agro florestal. Estamos estudando a proposta de criar uma horta de plantas medicinais.

Mais informações: PROMISE

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