Na manhã da última
terça-feira de Agosto (28/08), iniciou-se o Seminário “Inventário Cultural dos
Maracatus Nação de Pernambuco”, realizado no Centro de Filosofia e Ciências
Humanas da UFPE. O evento foi idealizado pelo Laboratório de História Oral e da
Imagem (LAHOI), abordando o tema “Políticas Públicas para a Salvaguarda do
Patrimônio Imaterial do Brasil”. As atividades iniciaram às 08:30, com e foram
até as 18:00, com palestras e mesas redondas.
A professora Isabel
Guillen, docente da UFPE, integrante do grupo de pesquisa, detalhou o
inventário para o público presente, explicando que o material obtido varia
entre entrevistas, vídeos, depoimentos, fotografias e documentação de métodos e
hábitos dos grupos maracatuzeiros. No decorrer do estudo, foram feitas reuniões
com presidentes das agremiações, com o intuito de conscientizá-los do processo
de patrimonialização e fazê-los participar ativamente. Todo o material colhido
foi posto nos parâmetros processuais e serão, ao fim da pesquisa, entregues ao
IPHAN, para avaliação. Foram catalogadas agremiações, lugares, ritos, tendo
como núcleo da pesquisa a memória do maracatu.
Em seguida, Diana
Dianovsky, representante do IPHAN, apresentou como se dá o processo burocrático
de patrimonialização da cultura imaterial, salientando que o bem cultural a ser
patrimonializado deve constituir, essencialmente, a identidade cultural do
país. Deve também ser referência cultural de algum grupo social, no caso as
agremiações de maracatu nação. Por fim, ela frisou que a cultura imaterial é
dinâmica e precisa ser reavaliada de 10 em 10 anos, para reafirmar a essência
patrimonial atribuída. Entre os bens patrimonializados, o Frevo e a Feira de
Caruaru figuram a lista de bens pernambucanos.
O presidente do Maracatu
Aurora Africana, sediado em Jaboatão dos Guararapes, Fábio Sotero, se disse
muito feliz pelo processo de inventário. “O inventário está sendo muito bom,
pois está nos dando reconhecimento perante a sociedade, que infelizmente ainda
não nos valoriza do jeito que deveria, com espaço e visibilidade”, diz Sotero.
O processo de integração dos grupos de Maracatu Nação é, também, uma boa
consequência do processo de inventário, pois nas reuniões e encontros, os
integrantes podem trocar experiências, ideias, histórias, entrelaçando todos os
grupos numa só vertente cultural: O maracatu.
O
seminário continuou até a quarta-feira (29/08), iniciando as atividades às 9h,
com uma dinâmica de grupo para a definição da Salvaguarda dos Maracatus Nação.
Após, houve uma Plenária para indicar diretrizes para o Plano de Salvaguarda
dos Maracatus Nação. O seminário se encerrou com a apresentação do baque
tradicional dos maracatus nação, conduzido por Mestre Toinho.