O projeto de extensão “Observatório da Imprensa Pernambucana” realizou, na tarde da terça-feira (22), no Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (CAC-UFPE), um debate crítico sobre a produção diária dos jornais recifenses. O evento contou com a presença de representantes dos jornais do Recife, além da representação do Centro Cultural Luiz Freire. Na ocasião, estudantes dos cursos de comunicação social apresentaram uma análise qualitativa dos principais jornais de Pernambuco.
Organizado pelos professores Alfredo Vizeu e Heitor Rocha, do Departamento de Comunicação da UFPE, o encontro recebeu os editores executivos Leusa Santos (Folha de Pernambuco), Paula Losada (Diario de Pernambuco) e Ivanildo Sampaio (Jornal do Commercio), além do jornalista Ivan Moraes, do Centro Luiz Freire. No início do evento, esteve presente o pró-reitor de Extensão, Edilson Fernandes, representando o reitor Anísio Brasileiro, que não compareceu por conta da 8ª Bienal da UNE, que esse ano acontece no Recife, com forte presença no campus da UFPE.
Para a avaliação textual, o Observatório utilizou como critérios a relevância, o enquadramento e a diversidade de fontes e versões. Os objetos de estudo foram os cadernos de ‘Geral’ e ‘Política’ dos três jornais. Cada estudante escolheu duas reportagens, para considerar uma relevante e a outra, irrelevante. Na maioria das vezes, a relevância do texto estava ligada à abordagem de problemas sociais que impactavam na vida das pessoas, como a série de reportagens do Diario de Pernambuco sobre mobilidade. Já para os textos irrelevantes, é acentuada a sua banalidade, como a morte de um pinguim no litoral do Recife.
Segundo a pesquisa, o Jornal do Commercio apresenta o maior número de notícias relevantes. A Folha de Pernambuco foi destaque com a sua isenção ao tratar de temas divergentes, como eleições municipais. Já o Diario de Pernambuco é o jornal que proporciona a mais significativa diversidade de fontes e versões. O professor Heitor Rocha destacou o papel social que a universidade exerce, ao interferir na forma como as pessoas se relacionam ou produzem conhecimento.
Terminada a exposição, o debate trouxe a voz dos profissionais e estudantes presentes. Os editores puderam explicar como se dá a rotina do jornal e a escolha das pautas, justificando o resultado da análise como fruto de um árduo trabalho de apuração crítica. Temas como a desmistificação da imparcialidade jornalística foram discutidos durante a tarde, com o propósito de se afinar o diagnóstico sobre a cena midiática local com base nos jornais nacionais e exteriores.
Mais informações:
Alfredo Vizeu – Email: a.vizeu@yahoo.com.br
Heitor Rocha - Email: hclrocha@gmail.com
